Daladier Pessoa Cunha Lima, filho de Diógenes da Cunha Lima e de Eunice Pessoa da Cunha Lima, nasceu em Nova Cruz, no dia 23 de janeiro de 1939.
Estudou o curso primário no Colégio Nossa Senhora do Carmo, na sua cidade de origem. Aos 11 anos, veio para Natal para fazer exame de admissão no Ginásio Sete de Setembro, onde fez o curso ginasial. Depois, transferiu-se para o Atheneu Norte-Rio-Grandense a fim de cursar o científico, equivalente ao Ensino Médio. Após servir ao Exército Brasileiro por um ano, fez vestibular e foi aprovado na Faculdade de Medicina, tendo concluído o curso médico na UFRN em 1965.
No ano seguinte, trabalhou no Hospital das Clínicas da Universidade por seis meses, quando, então, foi convidado pelo Reitor Onofre Lopes para integrar a primeira equipe de saúde do CRUTAC, na cidade de Santa Cruz/RN.
Nesse programa da Universidade, exerceu as funções de médico, professor e Diretor do Hospital Ana Bezerra. Após três anos de atuação em assistência e docência de medicina em Santa Cruz, veio para Natal, quando foi aprovado em concurso para Professor da disciplina de Doenças Infecciosas e Tropicais do curso de Medicina. Na mesma época, foi aprovado em concurso nacional para médico da Aeronáutica, mas preferiu a atividade docente.
Em 1972, fez pós-graduação na Universidade de São Paulo – USP –, na área das doenças infecciosas. Posteriormente, fez mais dois cursos de especialização: em 1976, na área de Medicina do Trabalho e, em 1985, em Administração Universitária pelo CRUB e Universidade do Quebec – Canadá.
Desde cedo, Daladier se habituou a estudar e a trabalhar, pois esses foram os ensinamentos de seus pais. Filho de modesto comerciante de tecidos, da cidade de Nova Cruz (RN), seguiu os preceitos do pai, que dizia ser o trabalho muito importante, ao lado dos estudos. O pai sempre gostava de dizer que os filhos iam ajudar na loja quando, ao abrir os braços, a distância entre as mãos alcançasse um metro, o que ocorria aos 8 ou 9 anos. Logo depois que começou a estudar medicina, em 1960, fez concurso para professor de Ciência do Atheneu e, aprovado, passou a lecionar no estabelecimento, o que se prolongou por vários anos. Até hoje, aposentado como médico e professor, continua a ouvir e a seguir os conselhos do pai, ou seja, “trabalhar e estudar”.
Sua atuação como professor da Universidade se fez com total dedicação ao ensino, à pesquisa e à extensão. Além do trabalho em sala de aula e nos ambulatórios e hospitais, por vários anos, na condição de assistente da Professora Giselda Trigueiro, desenvolveu atividades de pesquisa em doenças infecciosas. Alguns dos seus trabalhos são pioneiros nessa área no RN, especialmente em Calazar e Leptospirose. Apresentou os resultados das pesquisas em Congressos nacionais e publicou em revistas especializadas entre as mais conceituadas do Brasil.
Em 1979, foi convocado e aceitou o desafio, após eleição pelo Conselho Departamental, de assumir a Direção do Centro de Ciências da Saúde da UFRN, cargo que exerceu por quatro anos. Em seguida, exerceu as funções de Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação por seis meses, na gestão do Reitor Genibaldo Barros.
Eleito pelos 2 Colegiados Superiores da UFRN para compor a lista sêxtupla para escolha do Vice-Reitor, foi nomeado pelo Presidente da República. Exerceu o cargo de Vice-Reitor da UFRN de 1983 a 1987.
Nessa época, vivia-se a fase de redemocratização do país, após alguns anos de regime militar. O processo sucessório para a Reitoria da UFRN seguia a tendência nacional de escolha direta do Reitor pela comunidade universitária. Daladier Pessoa Cunha Lima, mais uma vez, não fugiu da luta e resolveu aceitar a indicação que lhe faziam muitas pessoas da comunidade universitária no sentido de participar do processo sucessório. Sua experiência adquirida ao longo dos anos não poderia ser desperdiçada. Assim, ele foi o protagonista principal do maior e mais participativo pleito para escolha do novo Reitor da UFRN, tendo, ao final, alcançado a vitória. Então, seu nome foi referendado pelos Colegiados Superiores e nomeado pelo Presidente da República, tendo exercido o cargo de Reitor da UFRN de 1987 a 1991. Além de reconciliar a Universidade que estava dividida, em face do calor das demandas sucessórias, Daladier planejou a administração e reorganizou a área acadêmica.
Pela sua visão e larga vivência universitária, tanto no Brasil quanto no exterior, deu dimensão internacional à Instituição. Enfim, soergueu a UFRN, fazendo-a crescer em quantidade e em qualidade. Sua gestão é reconhecida como democrática, profícua, e competente. Do seu reitorado, ele guarda uma especial lembrança: a construção e instalação da nova Escola de Música da UFRN, um prédio de quase 5.000 mª, em uma das mais destacadas áreas do Campus. Ainda hoje, passados 27 anos da inauguração, a Escola de Música da UFRN é reconhecida como uma das melhores do Brasil. Não é somente no aspecto físico, mas, sobretudo, no que essa obra representa na valorização das artes e da cultura. Medicina e Educação sempre foram constantes na vida profissional de Daladier.
Exerceu a profissão de médico com muito amor e senso de responsabilidade, até o momento em que se dedicou à gestão maior da UFRN. Suas atividades médicas eram exercidas no consultório particular, nos ambulatórios e nos hospitais. Foi médico do antigo INAMPS, no qual exerceu algumas funções de coordenação. Depois que se aposentou da UFRN, viu-se diante de uma escolha de vida: dedicar-se à medicina, tendo de fazer um árduo retorno, ou dedicar-se à educação. A segunda opção falou mais alto. Sem recursos suficientes para grandes empreendimentos, instalou as Escolas de Idiomas Yázigi, em 1993, passando a dirigir este estabelecimento de ensino, o qual se ampliou e logo abriu mais duas unidades. Com dois filhos já envolvidos na administração dessas escolas, Daladier aceitou o convite da Liga de Ensino do Rio Grande do Norte para criar o ensino superior no âmbito da Instituição. Há de se ressaltar que a criação da Liga, em 1911, se deve ao escritor e poeta Henrique Castriciano de Souza, um dos principais fundadores da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.
Daladier, então, com a participação de competente equipe, passou a formular o projeto da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte – FARN –, que foi instalada, oficialmente, em 25/02/1999. Ele ressalta três nomes que foram e são essenciais no crescimento do ensino superior no âmbito da Liga de Ensino: Noilde Ramalho (mãe da ideia de criação), Osório Bezerra Dantas (assinou a portaria 3 de criação) e Manoel de Medeiros Brito (Presidente da Liga que, há 21 anos, tem dado total apoio à FARN/UNI-RN). Em 2012, a FARN foi transformada em Centro Universitário do Rio Grande do Norte.
Daladier Pessoa Cunha Lima exerceu a função de Diretor da FARN, durante 12 anos, e, a partir de 2012, passou a exercer a função de Reitor do UNI-RN. A competência, a respeitabilidade e a dedicação de Daladier garantem o lugar de destaque tanto da FARN quanto do UNI-RN, dentro do cenário do ensino superior do nosso Estado e mesmo do País.
Daladier Pessoa Cunha Lima quando cursava medicina, foi líder estudantil, tendo assumido a presidência do Diretório Acadêmico Januário Cicco, da Faculdade de Medicina. Foi escolhido pelos colegas da turma, por unanimidade, como orador na Colação de Grau do curso de Medicina da UFRN, em 1965.
Em 1980, liderou um grupo de profissionais para a criação da Sociedade de Geriatria e Gerontologia do Rio Grande do Norte. Recebeu várias homenagens e títulos honoríficos, além de pertencer a diversas instituições socioculturais.
Integra a Academia de Medicina do Rio Grande do Norte, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e a Academia Norte-rio-grandense de Letras. Além das suas atividades na Educação e na Medicina.
Daladier sempre manteve vínculos com as letras e as artes. Desde criança, seu sonho era ser médico e, portanto, ser útil na luta contra a dor e o sofrimento humanos. Porém, sempre apreciou a leitura e a escrita. Participou de jornais nos colégios e na Faculdade de Medicina, com a escrita de frequentes textos. No vestibular conseguiu a melhor nota de redação, e, depois, foi o orador da sua turma concluinte de Medicina.
Na infância e na juventude, a leitura de revistas, jornais e livros fazia parte da sua rotina e redação nunca foi uma dificuldade nas suas obrigações escolares.
Durante o ensino básico, leu livros de diversos autores, com destaque para Machado de Assis (leu quase toda a obra desse autor). Porém, somente na maturidade a literatura passou a ser uma das prioridades da sua vida.
Daladier diz ser um aficionado das artes e das letras, com a prática crescente da leitura e da escrita. Seu acervo particular alcança cerca de 4.500 livros, com cerca de 90% devidamente catalogados.
É autor do livro “Noilde Ramalho: Uma História de Amor à Educação”, biografia publicada em 2004, com 554 páginas.
Em 2004, publicou Recordando Henrique Castriciano, um opúsculo sobre a vida desse expoente das letras norte-rio-grandenses, na primeira década do século XX.
É autor de dezenas de trabalhos científicos, na área das doenças infecciosas, bem assim de plaquetas, entrevistas, discursos, resenhas educacionais, além de centenas – cerca de 600 – artigos e crônicas publicados em jornais de Natal.
Há 19 anos colabora com o jornal Tribuna do Norte, na condição de cronista/articulista, com um texto à cada duas semanas.
É autor do livro Retratos da Vida, com 86 crônicas escolhidas, 279 páginas, publicado em dezembro de 2015, e de Honras à Vida, com 80 crônicas e 262 páginas, publicado em dezembro de 2020.
Eleito, em 18/04/17, para ocupar a Cadeira nº 03, da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.
Casado com Ana Maria Freire Cunha Lima, Daladier tem seis filhos e catorze netos. Natal, outubro 2023.
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